“Será que a Terapia de Casal vai salvar meu relacionamento?”
Sem dúvidas, essa é uma das perguntas mais recorrentes de quem procura a terapia de casal.
E antes de respondê-la a você, caro(a) leitor(a), acredito ser imprescindível observarmos juntos como essa pergunta – aparentemente inocente – guarda consigo dois dos principais desafios a serem enfrentados no processo terapêutico com casais.
“Afinal, de quem é a responsabilidade por esse relacionamento?”
Não se engane, muitos casais passam anos delegando um ao outro a responsabilidade de fazer o relacionamento funcionar; e quando esse outro se vê esgotado e indisponível, outros atores são promovidos a protagonistas da relação – pesando sob estes o encargo de fazer as coisas funcionarem. Filhos, terapeutas, líderes religiosos e até forças divinas passam a ser apontados como responsáveis diretos pelo “sucesso” ou “resgate” do relacionamento – que a essa altura já se encontra aos pedaços.
Se perceber enquanto responsável, em alguma medida, por essa relação – inclusive pelo estado no qual ela se encontra – é o primeiro desafio que precisa ser enfrentado durante as sessões iniciais da terapia. Afinal, fomos nós quem decidimos em algum momento das nossas vidas viver tudo isso.
“É possível salvar uma relação sozinho(a)?”
É fundamental recordar [por mais óbvio que seja], que as relações sempre serão constituídas por mais de uma pessoa. Isso nos é lembrado desde a infância pela curiosa expressão popular que diz: “quando um não quer, dois não brigam“; ou seja, até para o desacordo parece ser necessário existir algum tipo de acordo.
Entender que é necessário estabelecer e sustentar alguns compromissos mútuos, para então viver uma relação saudável é o segundo desafio que se apresenta durante a terapia de casal. Dito isto, voltemos a pergunta inicial.
“Será que a terapia de casal vai salvar meu relacionamento?”
Bem, acredito que a essa altura você já entendeu que a terapia não é “um fim” e sim “um meio”. Na terapia, vocês terão a opotunidade de alinhar expectativas, aprimorar a comunicação, repactuar compromissos e ampliar a compreensão a respeito da dinâmica de vocês enquanto casal.
A terapia vai funcionar como “o trem”, “a bike”, “o carro”; enfim, como recurso do qual vocês podem se apropriar para saírem de onde estão e irem para um outro lugar.
A escolha do destino, entretanto, sempre foi e sempre será de vocês. Só que dessa vez, vocês podem contar comigo.